Hoje falaremos sobre uma das mais graves complicações que pode haver numa gravidez, a pré-eclâmpsia. Você conhece os sintomas que envolve esse distúrbio? E os tratamentos? Saiba tudo sobre pré-eclâmpsia a seguir.

Pré-eclâmpsia

O que é Pré-eclâmpsia na gravidez?

Pré-eclâmpsia ou Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) é o nome dado ao distúrbio que leva ao aumento da pressão arterial em uma mulher grávida, que pode acontecer a qualquer momento a partir da 20ª semana de sua gravidez.

O principal sintoma é a hipertensão, mas outros podem surgir também, como veremos logo mais. O nome é pré-eclâmpsia por ser uma condição que favorece a ocorrência da eclâmpsia, condição mais grave que pode ser fatal para a mãe e para o bebê.

Causas da Pré-eclâmpsia

Infelizmente, a causa exata é desconhecida. O que se sabe é que ela ocorre a partir de um desenvolvimento insuficiente dos vasos sanguíneos que permeiam a placenta, órgão que nutre o feto.

Durante a formação da placenta, no início da gravidez, os vasos novos podem não se desenvolver normalmente, criando vasos mais estreitos que o normal, portanto pode ocorrer o aumento da pressão arterial a partir disso.

Existem alguns fatores de risco que pode estimular a pré-eclâmpsia, que são:

Sintomas da Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é bem difícil de ser diagnosticada já que não apresenta sintomas físicos específicos que acusem o distúrbio diretamente, podendo até mesmo ser confundida com outras doenças. Dentre os principais sintomas estão:

Pré-eclâmpsia: Estresse oxidativo, inflamação e disfunção endotelial

Segundo os estudos dos pesquisadores e professores Leandro Gustavo de Oliveira, Ananth Karumanchi e Nelson Sass, no trabalho nomeado “Pré-eclâmpsia: Estresse oxidativo, inflamação e disfunção endotelial”:

“Pré-eclâmpsia é uma síndrome sistêmica caracterizada por intenso estado inflamatório e antiangiogênico. A fisiopatologia da pré-eclâmpsia envolve alterações no processo de invasão trofoblástica, com consequente inadequado suprimento sanguíneo uterino e estresse oxidativo do tecido placentário.

As alterações placentárias decorrentes desse processo levam à maior produção de sFlt-1, um receptor solúvel para as moléculas de VEGF e PlGF. O sFlt-1 impede com que VEGF e PlGF realizem suas funções na homeostase endotelial, culminando com disfunção dessas células.

De uma maneira geral, os processos inflamatórios, de disfunção endotelial e estresse oxidativo estão interligados e agem de maneira sinérgica. Trabalhos recentes têm demonstrado que elevações nas concentrações séricas de sFlt-1 ocorrem 5 a 6 semanas antes das manifestações clínicas da pré-eclâmpsia.

Concomitantemente, observa-se queda nas concentrações séricas de PlGF. Sendo assim, as dosagens séricas de sFlt-1 e PlGF têm sido sugeridas para o diagnóstico precoce de pré-eclâmpsia.

Ademais, os conhecimentos adquiridos a respeito dos fatores antiangiogênicos proporcionam ainda a possibilidade de novas linhas de pesquisa sobre possíveis terapias para a pré-eclâmpsia.

Neste artigo, foram revisados os aspectos inflamatórios e antiangiogênicos envolvidos na fisiopatologia da pré-eclâmpsia. Por fim, foram correlacionados esses aspectos com o risco elevado para doenças cardiovasculares apresentado por essas pacientes ao longo de suas vidas.”

Confira mais detalhes da pesquisa aqui.

Diagnóstico de Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia pode ser diagnosticada com antecedência caso a mãe mantenha suas consultas pré-natais sempre em dia, principalmente com relação ao monitoramento da pressão arterial em exames.

Na menor das suspeitas a partir dos sintomas descritos acima, a mulher deve ir imediatamente ao pronto-socorro e ser avaliada por especialistas. O médico vai avaliar os sintomas, histórico médico, avaliação de testemunhas dos sintomas que a mulher grávida sentiu e realização de exames.

Os dados a serem avaliados nos exames são proteína na urina, contagem de plaquetas, função hepática, sinais de problemas nos rins, dentre outros resultados que possam diagnosticar a pré-eclâmpsia. A partir de então, o tratamento será feito.

O que é Pré-eclâmpsia grave?

A pré-eclâmpsia é considerada um caso grave quando a mãe e o bebê precisam de constante monitoramento, incluindo acompanhamento do volume de líquido amniótico, o qual está diretamente ligado ao fornecimento de sangue que o bebê precisa.

Sendo assim, o médico recomenda a hospitalização imediata. Se for grave e próximo ao fim da gravidez, o médico pode indicar a indução do parto.

Riscos da Pré-eclâmpsia

Se não tratada a tempo, a gravidez pode ser bem complicada, incluindo risco de morte para a mãe e para o bebê.

Pré-eclâmpsia na segunda gravidez

Pré-eclâmpsia é mais comum na primeira vez, mas pode acontecer na segunda também, principalmente se for de um pai diferente, pois a mãe passa por uma nova adaptação de DNA, como da primeira gravidez com o primeiro pai.

Todas as formas de prevenção e monitoramento por exames devem se repetir de forma ainda mais precoce, antecipando qualquer sinal do distúrbio.

Convulsão na Pré-eclâmpsia

Este é um sinal de agravamento da doença. No geral, a partir do momento que a pré-eclâmpsia causa sintomas no cérebro, causando sintomas como convulsões ou coma, é eclâmpsia.

PPP: Pré-eclâmpsia pós-parto

Esta condição é semelhante à pré-eclâmpsia que ocorre durante a gravidez, destacando os sintomas de hipertensão e presença da proteína na urina. Pode surgir de 48h a 6 semanas depois do parto, sendo essa última uma das condições mais tardias.

Nesses casos, a mãe deve ficar internada no hospital por mais tempo, até ter sua pressão controlada. Em alguns casos, o tratamento se prolonga com o uso de medicamentos para controlar os riscos cardiovasculares na mulher.  

mamãe e bebê

Tratamentos para Pré-eclâmpsia na gravidez

Na maioria dos casos, o médico recomenda a indução do parto para evitar maiores complicações. Essa decisão de seguir ou não com a gravidez depende de muitos fatores, como tempo da gestação, gravidade da pré-eclâmpsia e saúde da mãe e do bebê.

Avaliando esses fatores, o tratamento começa com a internação da mãe para acompanhar a evolução da doença.

O médico pode administrar medicamentos anti-hipertensivos permitidos na gestação; corticoides também podem ser usados para acelerar o desenvolvimento do feto caso exista a necessidade da indução do parto.

Sobre Eclâmpsia

O que é eclâmpsia na gravidez?

É considerado eclâmpsia quando os sintomas envolvem o risco mais grave de hipertensão durante a gravidez, em que a mãe tem uma ou mais convulsões ainda gestante. Esta é a manifestação mais grave da pré-eclâmpsia, não uma evolução propriamente dita.

Diferença entre Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia

A única diferença é a presença das convulsões e/ou coma que se manifestam apenas na eclâmpsia, o que é considerado de altíssimo risco para a mãe e para o bebê. As crises de convulsões podem durar até 1 minuto e evoluir para o coma.

Sintomas da eclâmpsia

Causas da eclâmpsia

Ocorre quando a pré-eclâmpsia não foi tratada da forma correta ou o tratamento foi insuficiente ou ineficaz, tornando-se a complicação mais grave da pré-eclâmpsia. Pode acontecer durante a gravidez, durante o parto ou depois do parto. Deve ser tratada imediatamente.

Diagnóstico de eclâmpsia

A eclâmpsia é diagnosticada a partir do momento em que a mãe passa a ter convulsões e pode até entrar em estado de coma, tendo sua vida e a do bebê em risco.

Eclâmpsia no pós-parto

A complicação é mais comum durante a gravidez, mas também pode ocorrer depois do parto, ainda que seja muito raro. Pode acontecer até 48h depois do parto, sendo mais comum com as mães que tiveram pré-eclâmpsia durante a gravidez.

O médico vai exigir maior tempo de hospitalização após o parto e acompanhamento da doença, fazendo os tratamentos com medicamentos necessários.

Tratamentos para eclâmpsia

A única forma de se curar a eclâmpsia é induzindo o parto, levando em conta o risco de vida da mãe e do bebê.

O médico também vai administrar medicamentos para prevenir convulsões, mesmo depois do parto, além de medicamentos para controlar pressão alta. Repouso também é recomendado.

É ideal que a mãe também mude seu estilo de vida, para se prevenir de riscos de pressão alta, como uma alimentação mais saudável, com menos sódio, sono de melhor qualidade e exercícios físicos regulares.

Prevenção da pré-eclâmpsia e eclâmpsia

Para evitar a pré-eclâmpsia, a mãe deve ter bons hábitos na sua vida, até mesmo antes de decidir engravidar. Não fumar, manter o peso e estar sempre bem descansada são algumas das recomendações.

Uma alimentação repleta de ácidos graxos, ácido fólico, cálcio e antioxidantes ajuda também o corpo a estar mais imune a todo tipo de inflamações.

alimentação saudável na gravidez

Lembrando que nada é mais preventivo do que um pré-natal completo durante a gravidez, de modo a antecipar qualquer tipo de complicação.

Já para mulheres que desenvolveram pré-eclâmpsia durante a gravidez, o médico recomenda repouso, monitoramento cuidadoso da saúde da mãe e do bebê e ainda muita atenção quanto à idade gestacional da gravidez, até antecipando o parto se possível; tudo isso para evitar que a doença se agrave rumo à eclâmpsia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *